Tatu-bola

(Tolypeutes tricinctus)

oUtros nomes comuns

TaxonomIa

Ordem: Cingulata
Família: Chlamyphoridae
Subfamília: Tolypeutinae

Descrição

O Tatu bola mede cerca de 23–25 cm de comprimento (cabeça e corpo) e pesa em torno de 1–1,8 kg. Sua carapaça em forma de abóboda varia de bege claro a castanho, é rígida e possui de 2 a 4 cintas móveis. A cauda, assim como o escudo da cabeça, têm formato triangular. Quando o animal se enrola, as carapaças da cabeça e da cauda se encaixam com a carapaça do restante do corpo formando uma bola perfeita. Os membros anteriores possuem cinco dedos com garras, sendo o terceiro o maior de todos.

dieta

Esta espécie é insetívora e alimenta-se principalmente de formigas, cupins, besouros e outros insetos, mas pode também consumir matéria vegetal.

Distribuição

Esta espécie é endêmica ao nordeste do Brasil.

Tendência populacional

Em declínio.

Reprodução

O Tatu-bola dá à luz um filhote, raramente dois, por gestação.

fatos curiosos

Quando ameaçado, o Tatu-bola possui o hábito de enrolar-se em forma de bola. Apesar deste comportamento ser comumente atribuído aos tatus em geral, somente duas espécies do gênero Tolypeutes são capazes de curvar-se em uma bola perfeita que não pode ser aberta por seus predadores.

Ameaças

Tolypeutes tricinctus é ameaçado pela pressão de caça intensiva e perda de habitat. Na Caatinga, as populações remanescentes estão praticamente isoladas e submetidas à caça de subsistência. No Cerrado, as principais populações vivem fora de áreas protegidas e são ameaçadas principalmente pela modificação da paisagem com a conversão de seu habitat natural em áreas de cultura de cana-de-açúcar e soja.

Habitat e Ecologia

Acreditava-se que Tolypeutes tricinctus estivesse extinto até que foi redescoberto em 1988 em algumas localidades. A espécie provavelmente extinguiu-se em boa parte de sua distribuição, contudo é difícil inventariar as suas populações. O Tatu-bola ocorre principalmente na Caatinga (bioma semiárido do nordeste do Brasil), mas também é encontrado na porção leste do Cerrado (centro-oeste brasileiro). Perdas significativas de habitat foram registradas em toda a sua distribuição, principalmente no Cerrado. Este tatu possui uma distribuição fragmentada; a densidade populacional pode ser relativamente alta em certos fragmentos, com exceção de áreas onde a espécie está exposta à pressão humana. A densidade populacional estimada para o Cerrado é de 1,2 animais por km², mas estes valores devem ser consideravelmente menores em áreas onde há pressão da caça. Em um estudo realizado próxima a Jaborandi (Bahia), a área de vida média foi estimada em 122 hectares, sendo significativamente maior para os machos adultos (238 hectares) que para as fêmeas. A área de vida de machos e fêmeas, bem como a de machos adultos de idades diferentes podem se sobrepor. Não há informação direta sobre os animais na natureza que permitam estimar o tempo de geração de T. tricinctusContudo, segundo dados obtidos de animais em cativeiro pertencentes à sua espécie congênere (T. matacus), o tempo de geração estimado é de aproximadamente 5 anos.

Estado de conservação

Tolypeutes tricinctus é classificada como Vulnerável (VU) sob o critério A2cd, devido ao declínio populacional estimado em mais de 30% nos últimos 10-15 anos — seguindo a exploração atual, a perda e degradação de habitat. Contudo, uma recente reavaliação nacional no Brasil categorizou a espécie como Em Perigo (EN), sob o critério A2cd.